Mesmo com a queda de 4,6% no faturamento do seguro de transportes em
2014, o ramo ainda é um dos mais promissores no Brasil, chegando a
arrecadar em prêmios diretos o montante de R$ 2,743 milhões, somente no
ano passado. Grande parte das commodities, entre outros produtos, como
eletroeletrônicos, é distribuída através da malha rodoviária no País
que, atualmente, possui mais de 1,6 milhão de quilômetros em todo
território, fazendo com o que o seguro seja de grande importância para
diversos setores. Um dos diferenciais que traz vantagens na
comercialização da carteira é a obrigatoriedade da contratação do seguro
de mercadorias transportadas, por meio do Decreto-lei 73/66, fazendo
com que o ramo seja ainda mais atrativo.
"O seguro de transporte de carga tem uma significativa importância para
proteger o patrimônio dos empresários, quer seja os donos das
mercadorias ou transportadores de toda cadeia produtiva do País", diz o
coordenador da Comissão de Transportes do Sincor-SP, José Geraldo da
Silva.
Segundo ele, o mercado encontra-se competitivo, aquecido e em busca de
novos negócios, apesar do atual cenário econômico. "Esse ambiente
desenha uma tendência a médio prazo, de queda da receita de prêmios e no
aumento da sinistralidade. Ainda assim, teremos um pequeno crescimento
em relação a 2014", comenta.
A gerente de transportes da Porto Seguro, Rose Matos, acredita que a
indústria sempre vai se manter forte, pois em épocas de crise as pessoas
pensam muito em fazer seguro, por não admitirem perdas. "A dificuldade
lembra oportunidade. Então, o mercado está abrindo para ver quais são as
oportunidades que temos mesmo em um cenário adverso. Claro que a
carteira de transportes roda conforme a economia, mas diante da crise
ela cria oportunidades", pontua.
Outra dificuldade do ramo é o índice de sinistralidade, que registrou
um avanço no ano passado, saltando de 58,4% em 2013 para 67,6% em 2014.
Rose ressalta que o número do roubo de cargas foi muito alto durante o
período. "Percebemos que não só em quantidade, mas também em severidade,
tivemos sinistros de roubo de maior volume, maior importância segurada.
Então, o mercado como um todo sofreu muito."
De acordo com especialistas da área, o gerenciamento de risco é o
grande aliado na prevenção ao roubo de carga. Rastreamento e
monitoramento do roteiro da carga, bloqueios, alarmes, escoltas, além de
mecanismos de segurança para evitar acidentes, são utilizados pelas
seguradoras para auxiliar o transportador a minimizar as perdas ou danos
que possam ocorrer no transporte. No entanto, a executiva da Porto
lembra que ainda há muito para se investir.
Atuação do corretor
Devido à dinâmica da carteira e a constante mudança do tipo de carga
transportada, a atuação do corretor de seguros é imprescindível, aponta
Rose, que destaca o papel do profissional como analista da operação do
cliente, adequando o risco e deixando a apólice da maneira que o
segurado precisa.
"Existem dois tipos de corretores: o que já é especialista, que sabe
exatamente como funciona o seguro, e o corretor que não está totalmente
convicto das condições e precisa ser treinado para isso. O que o
corretor precisa na carteira de transporte é de treinamento, entender
como funciona, vivenciar o seguro", revela a gerente.
Já para o coordenador da comissão do Sincor-SP, o corretor é o único
que pode contribuir na divulgação dos seguros de transportes. "Afinal é o
principal elo de ligação da indústria do seguro com o consumidor final,
embarcador e/ou transportador, destacando a obrigatoriedade do
produto", conclui José Geraldo.
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